terça-feira, 31 de agosto de 2010

"Você pode perder os benefícios do que está fazendo porque focaliza em excesso uma atenção parcial na tentativa de tornar a postura perfeita. (...) Focalizar-se num único ponto é concentração. Focalizar-se em todos os pontos, ao mesmo tempo, é meditação. A meditação é centrífuga e também centrípeta. Na concentração, você quer focalizar um determinado ponto, e os demais perdem seu poder de atração. Mas se você espalhar a concentração, da parte estendida para todas as outras partes do corpo, sem perder a concentração na parte estendida, então não perderá a ação interna nem a manifestação externa da postura, e isso lhe ensinará o que é a meditação. A concentração tem um foco; a meditação, não. Esse é o segredo."  "A Árvore do Ioga - A Eterna Sabedoria do Ioga Aplicada à Vida Diária", B.K.S.Iyengar, editora Globo

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Vamos torcer!

Confesso que na minha prática diária de posturas andava negligenciando as torções. Não sei por quê...
Mas faz um tempo que tenho procurado praticá-las pelo menos duas vezes por semana (exceto no período menstrual) e sinto depois das torções um aumento de energia no corpo. Parece que dá uma clareada na mente também. E isso não acontece à toa. As torções literalmente espremem a região pélvica e os órgãos abdominais, aumentando o fluxo de sangue nessa região. Isso melhora a flexibilidade do diafragma e alivia dores nas costas, nos quadris e problemas na virilha. A consequência é uma coluna mais flexível e o aumento do nível de energia. B.K.S. Iyengar diz, inclusive, que depois de espremidos na torção os órgãos voltam à sua posição natural revigorados, funcionando melhor.
Contraindicações: não faça torções se estiver com diarreia ou disenteria, nem se estiver (mulheres!) no período menstrual. Evite estas posturas também se estiver com dor de cabeça, enxaqueca, insônia ou estiver sentindo cansaço excessivo.
Atenção! Não faça estas posturas em casa se elas não fizerem parte do seu repertório de aula. Yoga não é coreografia, então, olhar a foto e tentar copiar a "modelo" sem conhecer os alinhamentos corretos para cada postura pode causar lesões.
Marichyasana (o nome desta postura é uma homenagem ao sábio Marichi, filho de Brahma - criador do Universo)
Fonte: "Yoga - The Path to Holistic Health", B.K.S. Iyengar, DK

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Harmonia

Segundo a filosofia indiana, a natureza se manifesta sob a forma de três forças complementares ou gunas: tamas (massa ou inércia), rajas (vibração ou dinamismo) e sattva (luminosidade ou qualidade de luz). Os gunas nada mais são que atributos naturais de tudo o que faz parte do Universo. Os sábios antigos diziam que a chave para viver com equilíbrio é equilibrar essas três forças. Por exemplo, uma pessoa que sente muita preguiça, sono, letargia, provavelmente é ou está muito tamásica, ou seja, com excesso de energia de tamas. Então, ela precisa equilibrar as outras qualidades nela. Alguém que é muito agitado, não consegue se concentrar numa atividade só, precisa o tempo todo estar em movimento para se sentir bem tem excesso de rajas e também precisa equilibrar as outras qualidades. Mas você pode perguntar: e o que a yoga tem a ver com isso? Essa ciência milenar nos ensina a temperar os três atributos em nós. Na prática de asanas (posturas) tentamos transpor a inércia (tamas) do corpo. É interessante que o nosso corpo seja como é, ou seja, denso, sólido, do contrário não pararíamos em pé. Mas se ele estiver tão denso a ponto de se tornar letárgico, precisamos injetar vibração nele. É aí que entra a prática das posturas. Já no cérebro é interessante que predomine rajas, porque rajas é dinamismo, mas não em excesso, pois do contrário a mente fica mergulhada em turbulência. Novamente, a prática da yoga ajuda a manter o equilíbrio, já que o foco no corpo acaba amansando a mente. Sattva, a qualidade que menos experimentamos, é exatamente o equilíbrio das outras duas. Uma pessoa sáttvica tem a mente ágil, mas não agitada, e o corpo desperto, mas não frenético.
Então, que tal na sua próxima prática de yoga tentar observar esses três ingredientes em você?
Namastê!
Fonte: "Luz na Vida", B. K. S. Iyengar.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Você sabe de onde vem Virabhadrasana?

"Certa feita, Daksha celebrou um sacrifício mas não convidou sua filha Sati nem seu marido Shiva, chefe dos deuses. Sati, porém, foi ao sacrifício, mas tendo sido humilhada e insultada, lançou-se ao fogo e morreu. Quando Shiva soube do fato, sentiu-se profundamente ultrajado, arrancou um fio de cabelo de um de seus cachos e lançou-o ao chão. Surgiu um poderoso herói chamado Virabhadra, que ficou esperando suas ordens. Ele foi incumbido de liderar o exército de Shiva contra Daksha e destruir seu sacrifício. Virabhadra e seu exército apareceram em meio à reunião de Daksha como um furacão e destruíram o sacrifício, afugentaram os outros deuses sacerdotes e decapitaram Daksha."
Esse mito é contado no poema "Kumara Sambhava" ("O Nascimento do Condestável"), de Kalidasa.
Fonte: "A Luz da Ioga", B. K. S. Iyengar, Cultrix
Virabhadrasana I (Postura do Guerreiro I)

domingo, 1 de agosto de 2010

As oito pétalas da yoga

A maioria de nós, quando decide praticar yoga, geralmente está em busca de saúde. E aí, já na primeira aula, nos deparamos com um jeito interessante de fortalecer o corpo e, consequentemente, a saúde, por meio da permanência nas posturas (asanas). O corpo ganha ou aumenta a sua flexibilidade. Aprendemos também a respirar. Ok. Mas a prática de posturas é um dos aspectos do caminho yogue. Existem outros sete passos, que Patanjali definiu como as fases por que passa o yogue:

1-Yama= disciplina social. São as condutas que transcendem credo, país, idade ou época.
2-Niyama=autodisciplina. São as regras de conduta que se aplicam à disciplina individual.
3-Asana=disciplina física por meio da prática de posturas.
4-Pranayama=disciplina mental por meio do controle da respiração.
5-Pratyahara=disciplina ou domínio dos sentidos.
6-Dharana=concentração
7-Dhyana=meditação
8-Samadhi=autorrealização.

Então, praticar yoga não é apenas permanecer nas posturas e aprimorá-las. Praticar yoga não é apenas praticar os pranaiamas. Praticar yoga não é apenas estar presente de verdade em tudo que fazemos. É tudo isso e muito mais. Em breve, escreverei um pouco sobre cada ingrediente.
Namastê!