quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Feliz 2011

"Meu voto para o Ano Novo: que nos preocupemos menos em mudar nossas vidas e encontremos jeitos de conseguir desejar o que já desejamos sem transformar nosso desejo em obrigação." (Contardo Calligaris)
O ioga traduziria isso em: viver no presente prestando menos atenção às insatisfações e colocando mais vitamina nas satisfações.
Namastê!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

"O ioga não é uma ciência terapêutica, em absoluto. É uma ciência para libertar a alma, ao levar a consciência, a mente e o corpo a um estado de integração. Tome, como exemplo, uma fábrica que foi construída para produzir determinado produto. Felizmente ou não, muitos outros produtos podem ser produzidos ao mesmo tempo, e ter o mesmo valor de mercado. Por isso, é possível esquecer a finalidade original com que se instalou a fábrica e dedicar-se aos produtos secundários. Da mesma forma, o ioga tem várias facetas. Embora o objetivo e o ápice do ioga sejam vislumbrar a alma, ele produz outros efeitos benéficos, como saúde, felicidade, paz e elegância natural." ("A Árvore do Ioga", B.K.S.Iyengar, editora Globo)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Coisas a desejar


Esse é o título da mensagem que recebi da minha amiga iogue Tabita que reproduzo abaixo:

"Caminha placidamente por entre o ruído e a pressa, e lembra-te da paz que existe no silêncio. Tenta, na medida do possível, estar de bem com todos.



Exprime a tua verdade com tranquilidade e clareza. Escuta quem te rodeia, inclusive as pessoas desinteressantes e incultas; também elas têm uma história para contar.


Evita gente conflituosa e agressiva que tanto mal faz ao espírito. Se te comparares com os outros, poderás tornar-te amargo ou arrogante, pois haverá sempre alguém melhor e pior que tu.


Regozija-te com as tuas conquistas e os teus projetos. Mantém vivo o interesse pela tua carreira por mais humilde que seja; é um verdadeiro bem, nesta época de constante mudança.


Sê prudente nos teus negócios – o mundo está cheio de armadilhas. Mas não feches os olhos à virtude que existe em teu redor, nem às pessoas que defendem os seus ideais e lutam por valores mais altos – a vida está cheia de heroísmo.


Sê tu próprio. Acima de tudo, não sejas falso, nem cínico em relação ao amor que, face a tanta aridez e desencanto, se mantém perene como uma haste de erva.


Aceita com serenidade a passagem do tempo, sabendo deixar graciosamente para trás as coisas da juventude. Cultiva a força de espírito, para te protegeres de azares inesperados.


Mas não te atormentes a imaginar o pior. Muitos medos nascem do cansaço e da solidão.


Mantém uma autodisciplina saudável mas sê benevolente contigo mesmo. És um filho do Universo, como as árvores e as estrelas.


Tens todo o direito ao teu lugar no mundo. Poderá não ser claro para ti, mas a verdade é que o Universo está a evoluir como previsto.


É importante, assim, que estejas em paz com Deus, seja qual for a tua concepção d’Ele, e em paz com a tua alma, sejam quais forem os teus anseios e aspirações no ruidoso tumulto da vida. Apesar de todos os enganos, dificuldades e desilusões, vivemos num mundo bonito.


Alegra-te. Luta pela tua felicidade."

Desiderata, 1927, Max Ehermann

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Não se engane

Outro dia uma pessoa se referiu ao início da aula de yoga - quando nos sentamos em Sukasana, fechamos os olhos e unimos as mãos à frente do peito - como meditação. Esse é um equívoco que povoa a cabeça de muitos (e já povoou a minha também), praticantes e não praticantes de yoga. Por isso resolvi escrever sobre, para tentar desfazer essa confusão. Aquele início da aula é muito importante porque prepara o praticante para os asanas (posturas), trazendo a atenção dele para dentro e a consciência para a respiração e a percepção do próprio corpo. É como um "aquecimento". A meditação é uma experiência profunda e muito pessoal que, inclusive, segundo os grandes mestres yogues, não pode ser ensinada:

"Ao contrário do que dizem muitos professores, a meditação não elimina o estresse. Ela só é possível quando já se atingiu um certo estado de 'não-estresse'. Para isso, o cérebro já deve estar calmo e sereno. (...) Em termos técnicos, a verdadeira meditação, na acepção que lhe atribui a ioga, não pode ser praticada por alguém que se encontra sob estresse ou que tem um corpo frágil, pulmões fracos, músculos retesados, coluna envergada, mente flutuante, agitação mental ou timidez. Muitas pessoas pensam que sentar-se quieto é meditação. É um equívoco. A verdadeira meditação nos leva à sabedoria (jnana) e à percepção (prajna), e isso tem o efeito específico de nos ajudar a compreender que somos mais do que nosso ego. Para tanto, precisamos da preparação que nos oferecem as posturas e a respiração, o recolhimento dos sentidos e a concentração." (B.K.S. Iyengar em "Luz na Vida", Summus Editorial)

É, minha gente, o caminho é longo...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Feliz Aniversário!

Neste vídeo (que eu não sei de que ano é) Iyengar ensina Eka Pada Sarvangasana e Halasana

Hoje, B.K.S.Iyengar completa 92 anos. Ele foi o mestre que mais popularizou a ciência do yoga no Ocidente e no Oriente. Já contei um pouco sobre a história dele aqui, de como a prática de asanas (posturas) fez a criança doente que ele foi se tornar um jovem forte e vigoroso. O sr. Iyengar não é um iluminado, mas um homem criativo e de rara inteligência que criou um método capaz de servir a todos os tipos de corpos na prática do yoga. E isso o torna mais interessante ainda. A fim de homenageá-lo, reproduzo abaixo algumas de suas palavras:
"Muitos interpretam erroneamente a jornada interior ou caminho espiritual como uma rejeição ao que é natural, mundano, prático, cheio de prazeres. Para um iogue (ou mestre taoísta, ou monge Zen), ao contrário, a senda que leva ao espírito se situa inteiramente nos domínios da natureza. Trata-se de explorá-la, desde o mundo das aparências, ou superfície, até o coração mais sutil da matéria viva. A espiritualidade não é um objetivo externo que devemos perseguir, mas uma parte do cerne divino em cada um de nós que devemos revelar. Para o iogue, o espírito não se encontra separado do corpo. (...) Na verdade, o próprio termo 'caminho espiritual' é inadequado. Afinal, como se pode caminhar na direção de algo que, como a Divindade, está por definição em toda parte? Uma imagem melhor seria dizer que, se arrumarmos e limparmos bem a nossa casa, poderemos um dia perceber que a divindade esteve ali o tempo todo."

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

"(...)somos livres quando já não temos a ilusão do tempo a nos prender ao passado e ao futuro e distorcer o presente." B. K. S. Iyengar