Quando comecei a praticar yoga buscava, como muitas pessoas, manter meu corpo forte, flexível e saudável. Já na primeira aula percebi que alguma coisa a mais poderia acontecer. Esse "algo a mais" não era levitar, ficar deitada sobre pregos, ou qualquer desses equívocos que às vezes são propagados por aí e relacionados à prática da yoga. Tratava-se simplesmente de uma sensação de tranquilidade vinda (sim!) de um esforço físico, algo bem palpável, que se pode sentir após uma sessão de corrida ou musculação. Mas havia algo mais... como se até ali eu tivesse "me esquecido de respirar", de lembrar que eu respiro, e essa atenção voltada para a respiração - junto ao trabalho muscular - me fizeram ter um sensação diferente: era como se eu ficasse mais perto de mim desse jeito.
Lendo o livro
Luz na Vida, de B.K.S. Iyengar, descobri bem mais tarde que na minha primeira aula de yoga estava exercitando a tal da união do meu corpo com a minha mente. Esse livro me apresentou também ao conceito de planos ou invólucros do ser (kosas), que os iogues definem como as camadas da nossa existência:
-Corpo físico (annamaya kosa)
-Corpo energético (pranamaya kosa)
-Corpo mental (manomaya kosa)
-Corpo intelectual (vijnanamaya kosa)
-Corpo espiritual (anandamaya kosa)
Ou seja, essa é uma forma didática de a yoga nos explicar que somos algo além de nossa pele, ossos, músculos e órgãos internos. Esta é nossa parte externa. Praticando as posturas (asanas) de yoga conseguimos entender e disciplinar nossa camada externa e, consequentemente, entrar em contato com as nossas outras camadas. Talvez isso soe abstrato demais... Mas experimente se lembrar disso durante a prática das posturas. Vale a pena!