terça-feira, 28 de junho de 2011

Para aquecer...

Em Ribeirão Preto faz 8 graus às 9h45! Parece que agora vai, inverno de verdade...
Então, nada melhor do que esquentar o corpo de dentro para fora praticando asanas (posturas) energizantes. A sugestão do dia é Urdhva Dhanurasana, a Postura do Arco para Cima. Mas, atenção: só faça esta postura se você já pratica em aula!

"Esta asana é o começo das posições avançadas e difíceis de arqueamento das costas. Tonifica a espinha, esticando-a totalmente, mantendo o corpo alerta e flexível. As costas ficam fortes e cheias de vida. Reforça os braços e pulsos e tem efeito calmante sobre a cabeça. Dá grande vitalidade, energia e sensação de leveza." ("A Luz da Ioga", B.K.S. Iyengar, editora Cultrix)

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Yoga e Música



*O texto abaixo foi escrito especialmente para a Movimento Vívace, revista da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, edição de junho de 2011.

"Pela meditação profunda, o conhecedor, o conhecimento e o conhecido tornam-se um só. O vidente, a visão e o que é visto não têm existência separada um do outro. É como um grande músico tornando-se uno com seu instrumento e a música que dele sai." Assim define o mestre indiano B.K.S. Iyengar os efeitos da prática constante de yoga em seu livro "A Luz da Ioga". A palavra "yoga" vem do sânscrito "yuj" e significa "unir", "ligar", "reunir". Essa ciência tão antiga - que nasceu na Índia há mais ou menos 8 mil anos - nos ensina a unir o nosso corpo (em toda a sua densidade e concretude) à nossa mente (por natureza inquieta e tagarela). Conseguir permanecer presente de corpo e mente no momento presente é uma das principais lições que aprendemos com a prática da yoga. E uma das coisas que menos fazemos no nosso dia a dia... Quantas vezes você já se pegou fazendo uma coisa e pensando em outra? Quantas vezes você almoçou com um amigo e passou o encontro todo pensando no próximo compromisso?
Numa aula de yoga nos esticamos, ficamos de cabeça para baixo e em posições (asanas) talvez bizarras para quem vê de fora simplesmente para aprender a acalmar nossas mentes. Simplesmente para aprendermos (veja só!) a viver no presente. Partimos do que há de mais concreto e palpável (o corpo) para tentar acessar nossa porção quase indomável (a mente). Para isso, precisamos praticar constantemente. Na música se dá o mesmo: para o músico, não basta dominar seu instrumento para ser um artista. Ele precisa dominar a técnica e colocá-la a serviço da própria alma. Se assim não fosse, não haveria diferença entre grandes artistas e meros executores de partituras...
Quando estudava piano, lembro de me dedicar muito, estudar 6, 8 horas por dia. Estudava, estudava e estudava... Um belo dia, pensava: "Pronto. Finalmente consegui. Ufa!". Aí chegava a professora e dizia: "Agora precisa colocar alma na música." Aquilo era praticamente um balde de água fria em cima da minha partitura. "O quê?? Não estou nem no meio do caminho?", eu pensava. Como era difícil me desprender da técnica e deixá-la me ajudar a comunicar algo. Como era difícil sair da execução e passar de fato para a interpretação! Mas quando finalmente conseguia a sensação de felicidade e liberdade era indescritível. O mesmo se dá com a prática de yoga: as posturas realizadas com o cérebro trazem invariavelmente uma sensação de peso no corpo.
Segundo os mestres iogues, esse é o modo errado de realizá-las. Quando conseguimos praticar com o coração (não estou dizendo que é fácil...) e deixar o cérebro como observador da ação, a postura se torna leve e automaticamente nos sentimos felizes e, claro, livres. Yoga é isto: um estado de presença absoluta e leveza.
Difícil explicar com palavras, mas fácil de saber quando acontece. Música é isso. Não é exercício virtuosístico. É uma espécie de entrega total, presença total que comunica e é capaz de emocionar e vai além do domínio da técnica.
Ouça, por exemplo, a cantora Nina Simone. Domínio absurdo do potencial da própria voz aliado à presença verdadeira na ação. Ela e sua música são uma coisa só... Isso é arte. Isso é pura yoga.
Seja na música, seja na prática de yoga, aprenda a viver no presente e seja feliz!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Reflexão

"Todos querem ser felizes. Há alguma coisa em que podemos pensar que não o queira? Até uma pequenina minhoca posta ao sol move-se imediatamente em direção à sombra. Se colocarmos uma planta dentro de casa ela se voltará aos poucos em direção à luz, porque também deseja ser feliz. A felicidade parece ser a necessidade básica de tudo neste mundo, ainda que raramente alguém de fato a encontre. Por quê? Porque a felicidade é como o almiscareiro. Há nas antigas Escrituras uma fábula sobre esse animal, que possui no alto da cabeça um ponto que exala a fragrância do almíscar. Esse cervo corre aqui e ali à procura do aroma, não sabendo que o aroma vem do alto de sua própria cabeça." ("Os Sutras do Yoga de Patanjali", tradução e comentários de Sri Swami Satchidananda)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O agora e a felicidade


"(...) Mas nas menores como nas maiores felicidades é sempre o mesmo aquilo que faz da felicidade felicidade: o poder esquecer ou, dito mais eruditamente, a faculdade de, enquanto dura a felicidade, sentir-se a-historicamente. Quem não se instala no limiar do instante, esquecendo todos os passados, quem não é capaz de manter-se sobre um ponto como uma deusa de vitória, sem vertigem e medo, nunca saberá o que é felicidade e, pior ainda, nunca fará algo que torne outros felizes."
                                                                   Friedrich Nietzsche, "Da Utilidade e Desvantagem da História para a Vida", Considerações Extemporâneas, em Obras Incompletas, coleção Os Pensadores, vol. II

terça-feira, 7 de junho de 2011

Notícia boa

A revista IstoÉ desta semana traz como matéria de capa "As Novas Aplicações da Ioga". Na verdade, não são novas, já que a ioga é uma ciência que existe há pelo menos 5 mil anos (alguns estudiosos dizem que já há evidências comprovando a existência desse estilo de vida há 8 mil anos). O que é novo, e a revista fez uma reportagem séria que se esmerou em pesquisar sobre o assunto sem cair em simplificações, é o fato de a medicina ocidental estar incluindo a prática de ioga na sua lista de recursos contra as doenças. Como diz a matéria, pesquisadores do MD Anderson Cancer Center - uma das principais instituições do mundo para o tratamento de câncer - apresentam nesta semana, no congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago, os resultados de um trabalho em que relatam como a ioga ajuda a tratar o câncer. Isso chama a atenção, já que se trata de um evento mundial em que a comunidade científica se reúne para divulgar as novidades referentes à medicina tradicional. Outra boa notícia é a inclusão da prática de ioga em hospitais de São Paulo, como o Albert Eisntein e o A.C. Camargo. Há várias outras instituições sérias citadas na matéria, como a Boston University School of Medicine, que engrossam o coro de cientistas ocidentais que vêm comprovando o alcance da prática de ioga na melhoria de doenças psiquiátricas, cardíacas, respiratórias, hormonais, entre outras, e na qualidade de vida também de pessoas saudáveis. Quem tiver curiosidade de ler a matéria:

http://www.istoe.com.br/reportagens/140391_TODO+O+PODER+DA+IOGA?sms_ss=twitter&at_xt=4dedf17d242a09b7,2

E depois da leitura, pratiquem!
Namastê.